sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A CHUVA...UM ZERO...(E ESTE SONETO)




- A chuva, por si só, não é problema!
Diz a caneta trêmula de frio
e a vai riscando ao léu, cheia de brio,
estrofes desconexas neste tema.

E se fosse esta chuva o estratagema
que a musa rebanhou em algum desvio
e fê-lo demonstrar seu poderio,
querendo ser o núcleo do poema?

Se fosse!?...Mas não é.Na minha orelha,
a inércia me xinga (ou me aconselha):
- Compor? ... compor o quê, se estás vazio?

Lareira acessa...um bloco...o cafezinho...
um zero em pé...um cálice de vinho...
e a chuva segue o seu andar macio